segunda-feira, 28 de abril de 2014

Consciência e centramento

Consciência e centramento

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Consciência e centramento

Posted: 27 Apr 2014 07:56 AM PDT



Primeiro é preciso entender o que significa consciência. Você está andando na rua. Está consciente de muitas coisas — das lojas, das pessoas que passam por você, do tráfego, de tudo. Está ciente de muitas coisas, menos de uma — você mesmo. Você está andando na rua, consciente de muitas coisas e esquecido de si mesmo! Essa consciência do eu George Gurdjiefif chamou de "lembrança de si mesmo". Ele dizia: "Constantemente, onde quer que você esteja, lembre-se de si mesmo."

Não importa o que esteja fazendo, nunca deixe de fazer outra coisa interiormente: ficar consciente do que estiver fazendo. Você está comendo — fique consciente de si mesmo. Está caminhando — fique consciente de si mesmo. Está ouvindo, está falando — fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de que está com raiva. Essa lembrança constante de si mesmo cria uma energia sutil, uma energia muito sutil dentro de você. Você começa a ser um ser cristalizado.

Na maior parte do tempo, você é só um saco vazio! Nenhuma cristalização, nenhum centro de verdade — só liquidez, só uma combinação ao acaso de muitas coisas sem nenhum centro. Uma multidão, em constante mudança, mas sem ninguém que a comande. A consciência é o que faz de você o comandante do navio — e quando eu digo comandante não quero dizer alguém que detenha o comando. Quero dizer uma presença — uma presença contínua. Sempre que estiver fazendo alguma coisa, ou não estiver fazendo nada, uma coisa tem de ser constante na sua consciência: que você é.

O simples sentimento de si mesmo, e de que esse si mesmo é, cria um centro — um centro de calma, um centro de silêncio, um centro de comando interior. Trata-se de um poder interior. E quando eu digo "poder interior" quero dizer literalmente isso. É por isso que Buda fala do "fogo da consciência" — ela é um fogo. Se começar a ficar consciente, você começará a sentir uma energia nova em você, um fogo, uma vida nova. E, por causa dessa vida nova, desse poder, dessa energia, muitas coisas que dominavam você se dissipam. Você não tem de lutar contra elas.

Você tem de lutar contra a sua raiva, contra a sua ganância, contra o sexo, porque você é fraco. Portanto, na verdade, a ganância, a raiva, o sexo não são o problema, a fraqueza é o problema. Quando você começar a ficar mais forte interiormente, com um sentimento de presença interior — de que você é —, suas energias ficam concentradas, cristalizadas num único ponto, e nasce um eu. Veja, não nasce um ego, nasce um eu. O ego é um sentido falso de eu. Mesmo sem ter um eu, você continua acreditando que você é um eu — que na verdade é o ego. Ego significa falso eu — você não é um eu, embora acredite que seja.

Maulungputra, um buscador da verdade, veio até Buda, que lhe perguntou: — O que você procura?
Maulungputra disse: — Procuro por mim mesmo. Ajude-me!
Buda lhe pediu para prometer que faria tudo o que fosse sugerido. Maulungputra começou a soluçar e disse: — Como posso prometer? Eu não sou, não sou ainda, como posso prometer? Não sei o que vou fazer amanhã; não tenho nenhum eu que possa prometer, por isso não peça o impossível. Eu vou tentar. Isso é tudo o que eu posso dizer: vou tentar. Mas não posso prometer que farei tudo o que você disser, pois quem fará isso? Estou em busca daquilo que pode prometer e pode cumprir uma promessa. Não sou ainda.
Buda respondeu: — Maulungputra, fiz essa pergunta a você para ouvir isso. Se tivesse prometido, eu o poria daqui para fora. Tivesse você dito: "Prometo que farei" e eu teria descoberto que você não busca de fato a si mesmo, pois o buscador tem de saber que ele ainda não é. Do contrário, qual seria o propósito da busca? Se você já fosse, não haveria necessidade. Você não é! E se a pessoa consegue sentir isso, o ego evapora.

O ego é uma noção falsa de algo que ainda nem sequer existe. "Eu" significa um centro que pode prometer. Esse centro é criado pelo ser que está continuamente alerta, constantemente consciente. Tenha consciência de que você está fazendo algo — de que está sentado, de que agora você vai dormir, de que o sono está chegando, que você está caindo no sono. Tente ficar consciente o tempo todo e então você começará a sentir que nasce dentro de você um centro; as coisas começaram a se cristalizar, ocorre um centramento. Tudo passa a se relacionar com esse centro.

Osho, em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"
Imagem por Ben K Adams

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Não tente forçar Deus sobre ninguém

Não tente forçar Deus sobre ninguém

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Não tente forçar Deus sobre ninguém

Posted: 17 Apr 2014 09:40 AM PDT


Pergunta a Osho:

Osho, para seguir Jesus, é preciso uma profunda confiança, entrega e amor, mas atualmente um profundo ceticismo prevalece por todo o mundo. Qual é a saída?

Isso vem de Swami Yoga Chinmaya. Pense sobre você mesmo. Há um profundo ceticismo dentro de você? Esta é a pergunta a ser feita. "Um profundo ceticismo prevalece por todo o mundo." Quem é você para ficar preocupado com todo o mundo? Este é o modo de escapar do verdadeiro problema. O ceticismo está profundamente dentro, o bichinho da dúvida existe no seu coração, mas você o projeta; você o vê na tela do mundo todo.

Humm? "O mundo é cético... qual é o jeito de sair disso?" Ora, você está transferindo o problema. Olhe para dentro de você mesmo. Se há dúvida, então descubra-a. Então, algo pode ser feito. O mundo não o ouvirá, e não há nenhuma necessidade, porque, se eles estão felizes no ceticismo deles, eles têm esse direito. Quem é você?

Nunca pense em termos missionários; estas são as pessoas mais perigosas. Elas estão sempre salvando o mundo e, se o mundo não quer ser salvo, ainda assim elas continuam tentando. Elas dizem: "Mesmo que você não queira, nós o salvaremos". Mas por que o incômodo? Se alguém está feliz — comendo, bebendo, desfrutando a vida — e não está de modo algum interessado em Deus... e daí? Qual é o mérito de forçá-lo? Quem é você? Deixe-o chegar a sua própria compreensão. Um dia ele chegará. Mas as pessoas ficam muito preocupadas: como salvar os outros? Salve a si mesmo! Se você puder, salve-se - porque isso também é muito difícil, um trabalho quase impossível.

Este é um truque da mente: o problema está dentro - a mente o projeta do lado de fora. Então, você não fica preocupado com ele; então, você não fica preocupado com a sua própria angústia. Então, você se torna interessado no mundo todo e neste caminho você adia sua própria transformação.

Eu insisto sempre e novamente, que você deve se interessar por si mesmo. Eu não estou aqui para fazer missionários. Os missionários são as pessoas mais daninhas. Nunca seja um missionário; esse é um trabalho muito sujo. Não tente mudar ninguém. Basta você mudar a si mesmo.

E acontece... quando você muda, muitos vêm compartilhar da sua luz. Compartilhe - mas não tente salvar. Muitos serão salvos daquele modo. Se você tentar salvá-los, poderá afogá-los antes que eles mesmos se afoguem.

Não tente forçar Deus sobre ninguém. Se eles duvidam, está perfeitamente bem. Se Deus permite-lhes duvidar, deve haver alguma razão nisto. Eles precisam disso, esse é o treinamento deles: e todo mundo tem que passar por isso.

O mundo tem sido sempre cético. Quantas pessoas se juntaram ao redor de Buda? Não foi o mundo todo. Quantas pessoas se juntaram ao redor de Jesus? Não foi o mundo todo, só uma minoria muito pequena — as pessoas podem ser contadas nos dedos. O mundo todo jamais se preocupou com essas coisas?

E ninguém tem a autoridade para forçar algo sobre qualquer pessoa. Nem mesmo sobre seu próprio filho! Nem mesmo sobre sua própria esposa! Guarde para si mesmo o que quer que você sinta ser a meta para sua vida. Nunca force isso sobre ninguém mais. Isto é violência, pura violência.

Se você quer meditar, medite. Mas isto é um problema: se o marido quer meditar, tenta obrigar a esposa a meditar também; se a es posa não quer meditar, ela obriga o marido a não meditar também. Vocês não podem permitir às pessoas suas próprias almas? Não podem deixá-las ter seu próprio modo?

A isto eu chamo de atitude religiosa: permitir liberdade. Um homem religioso sempre permitirá liberdade a todo mundo. Mesmo que você queira ser ateu. Este é o seu modo, perfeitamente bom para você. Você se move através dele, porque cada um que chegou a Deus veio através do ateísmo. O deserto do ateísmo tem de ser cruzado: faz parte do crescimento.

O mundo sempre permanecerá cético, na dúvida. Somente alguns atingem a confiança. Apresse-se, para que você possa atingi-la.

Osho, em "Palavras de Fogo: Reflexões Sobre Jesus de Nazaré"
Imagem por LarimdaME

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Por que escolhemos ser infelizes?

Por que escolhemos ser infelizes?

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Por que escolhemos ser infelizes?

Posted: 10 Apr 2014 07:28 PM PDT


Pergunta a Osho:

Por que escolhemos ser infelizes?

Esse é um dos mais complexos problemas humanos. Precisa ser examinado a fundo e não é algo teórico, mas algo que lhe diz respeito. É assim que todos têm agido - sempre escolhendo o caminho
errado, escolhendo ficar tristes, deprimidos, infelizes. Devem existir razões profundas para isso, e de fato existem.

A primeira razão diz respeito ao modo como os seres humanos são criados. Se você for infeliz, irá ganhar alguma coisa com isso. Se for feliz, perderá.

Desde o início, uma criança atenta percebe essa diferença. Sempre que está infeliz, todos são compreensivos com ela e ela ganha essa compreensão. Todos tentam demonstrar afeto e a criança recebe amor. Mais do que isso, sempre que fica infeliz todo mundo é simpático e ela recebe atenção. A atenção funciona como alimento para o ego, como um estimulante alcoólico. A atenção lhe dá energia, você sente que é alguém. Por isso tanta necessidade, tanto desejo de obter atenção.

Se todos estão olhando, você se torna importante. Se ninguém o olhar, é como se você não estivesse ali: deixa de existir, vira um não-ser. O fato de as pessoas estarem olhando, estarem preocupadas, lhe dá energia.

O ego só existe no relacionamento. Quanto mais as pessoas prestam atenção em você, maior fica o seu ego. Se ninguém o olhar, seu ego se dissolve. Se todo mundo esquecer completamente de você, como o ego pode existir? Daí a necessidade de sociedades, associações, clubes: eles existem para dar atenção às pessoas que não a conseguem de outras formas.

Desde a mais tenra infância, a criança aprende a fazer política. A política é: pareça infeliz e irá atrair simpatia, todos serão atenciosos. Pareça doente e ficará importante. A criança doente fica prepotente: toda a família deve lhe obedecer, o que quer que diga se torna a lei.

Quando ela está feliz, ninguém a ouve. Quando está saudável, ninguém liga para ela. Quando está perfeita, ninguém lhe dá atenção. Desde o começo, optamos pela infelicidade, pela tristeza, pelo pessimismo, pelo lado sombrio da vida. Essa é uma das razões.

A segunda razão está relacionada ao seguinte: sempre que você está feliz, exultante, extasiado e inebriado, todo mundo sente inveja. Isso significa que todos ficam hostis: num segundo, todos viram inimigos. Então você aprendeu a não parecer tão extasiado para evitar que todos virem inimigos: aprendeu a não mostrar a felicidade, a não rir.

Olhe para as pessoas quando elas riem: é um gesto calculado, não é uma risada que sacode a barriga, não vem das profundezas do ser. Primeiro olham para você, avaliam e, então, riem. E riem de uma forma que seja tolerada, que não seja considerada imprópria, que não desperte inveja.

Até nossos sorrisos são políticos. A risada desapareceu, a felicidade passou a ser uma coisa absolutamente desconhecida e é quase impossível chegar ao êxtase, porque não é mais permitido. Se você está infeliz, ninguém vai achar que é louco. Se está exultante, dançando por aí, todo mundo vai achar que você está louco. Dançar e cantar não são coisas aceitas. Quando alguém vê uma pessoa feliz, logo acha que há algo errado.

Que tipo de sociedade é essa em que é permitido se sentir infeliz mas que acusa aqueles que estão em êxtase de loucos e sem juízo? Por causa da inveja, tentamos, de todas as maneiras possíveis, impedir o êxtase dos outros. Chamamos a tristeza de normalidade. Os psiquiatras poderão ajudar a trazer uma pessoa de volta para sua infelicidade normal.

A sociedade não pode permitir o êxtase. O êxtase é a maior das revoluções. Se as pessoas ficarem extasiadas, toda a sociedade vai mudar, porque ela está baseada na infelicidade.

Se as pessoas são felizes, não podem ser conduzidas à guerra. Alguém feliz vai rir e dizer: "Isso não faz sentido!" Se as pessoas são felizes, não se pode fazer com que fiquem obcecadas por dinheiro. Acharão que é loucura passar a vida toda acumulando algo sem vida como o dinheiro.

Se as pessoas estiverem em êxtase, todo o padrão dessa sociedade terá de mudar. A sociedade existe por causa da infelicidade. A infelicidade é um grande investimento para ela. É para isso que criamos nossos filhos: desde a mais tenra infância, fomentamos uma tendência para a infelicidade. É por isso que todos sempre escolhem esse sentimento.

Em todo instante existe a opção de ser infeliz ou feliz. Você sempre opta por ser infeliz porque há um investimento; isso se tornou um hábito, um padrão. A infelicidade parece uma descida, o êxtase parece uma subida.

O êxtase parece muito difícil de alcançar - mas isso não é verdade. O que acontece é justamente o oposto: o êxtase é a descida e a infelicidade é a subida. A infelicidade é uma coisa muito difícil de alcançar porque é antinatural, mas você a alcançou, fez o impossível. Ninguém quer ser infeliz, mas todo mundo é.

A educação, a cultura, os pais, os professores - eles têm feito um grande trabalho. Têm transformado criadores extasiados em criaturas infelizes. Toda criança nasce extasiada. Toda criança nasce um deus. E todo homem morre louco.

Como recuperar a infância, como reivindicá-la? Se você conseguir ser criança outra vez, não haverá mais tristeza.

Não estou dizendo que as crianças nunca sofram - elas sofrem, mas ainda assim não são infelizes. Uma criança pode ficar extremamente infeliz num momento, mas mergulha tão completamente nessa infelicidade, entra em tal comunhão com ela que não há divisão.

Não há uma criança separada da infelicidade. Ela não está contemplando o sentimento como algo à parte dela. A criança é a infelicidade - está completamente envolvida nela. E, quando você e a infelicidade se tornam uma coisa só, a infelicidade não é infelicidade. Se você comunga tão profundamente com ela, até mesmo a infelicidade adquire uma beleza só dela.

Quando uma criança que não foi estragada está com raiva, toda a sua energia se torna a raiva: nada é deixado para trás, nada é contido. A criança se moveu e se tornou a raiva: ninguém está manipulando ou controlando essa raiva. Não há uma mente.

E daí surge a beleza, o fluir da raiva. Uma criança nunca parece feia - até nos momentos de raiva ela é bela. Parece mais intensa, mais viva - um vulcão pronto para entrar em erupção, um ser atômico, com todo o universo pronto para explodir.

Depois de toda essa raiva a criança fica silenciosa, totalmente em paz. Ela se descontrai. Podemos achar que estava muito infeliz no momento da raiva, mas a criança não estava infeliz - ela usufruiu da raiva.

Sempre que você entrar em comunhão com algo, se sentirá em êxtase. Sempre que se separar de algo, mesmo que seja da felicidade, ficará infeliz.

Essa é a chave. Ficar separado como um ego é a base de toda a infelicidade; se ficar em comunhão, fluindo com aquilo que a vida colocar em seu caminho - entranhado nisso tão intensa e completamente que você deixe de existir e se perca nisso -, todas as coisas passam a ser felizes.

A escolha existe, mas até mesmo a consciência disso foi perdida. Fique atento. Cada vez que estiver escolhendo ser infeliz, lembre-se de que é uma opção sua. Imediatamente sentirá a diferença. Seu estado mental terá mudado. Ficará mais fácil se voltar para a felicidade.

Depois que souber que se trata de uma escolha, será um jogo. Se gosta de ser infeliz, seja infeliz, mas lembre-se de que é uma escolha sua - por isso não reclame. Ninguém é responsável por isso.

Não saia por aí perguntando às pessoas como se faz para não ser infeliz. Não saia por aí questionando mestres e gurus sobre como se faz para ser feliz. Os pretensos gurus só existem porque você é um tolo.

Primeiro cria a infelicidade e depois sai perguntando aos outros como se faz para não criá-la. Você continuará a criá-la porque não se dá conta do que está fazendo. A partir de agora, experimente ser feliz e bem-aventurado.

Osho, em "Corpo e Mente em Equilíbrio"
Imagem por Grzegorz Adach

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Aproveite este momento, não se prepare para o amanhã

Aproveite este momento, não se prepare para o amanhã

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Aproveite este momento, não se prepare para o amanhã

Posted: 06 Apr 2014 05:19 PM PDT


Aproveite este momento, não se prepare para o amanhã.

O hoje é maravilhoso - deleite-se nele, deixe ser uma celebração.

‎Osho‬, em "The Path of Love"
Imagem por Lotus Carroll

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Retire-se completamente

Retire-se completamente

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Retire-se completamente

Posted: 03 Apr 2014 07:21 PM PDT


Outra técnica do olhar:

Olhe algum objeto; então lentamente, retire sua visão dele; então lentamente, retire seu pensamento dele. Então.

Olhe algum objeto. Olhe para uma flor, mas lembre-se do que esse olhar significa. Olhe! Não pense. Eu não preciso repetir isso. Sempre lembre-se do que "olhar" significa: olhe, não pense. Se você pensa, não é olhar; então, você contaminou tudo. Deve ser apenas um puro olhar, um simples olhar.

Olhe algum objeto. Olhe para uma flor, uma rosa. Então lentamente, retire sua visão dele - muito lentamente. A flor está presente, primeiro olhe para ela. Abandone tudo, continue olhando. Quando você sente que agora então não há nenhum pensamento, simplesmente a flor está presente em sua mente, nada mais, agora, lentamente, retire seus olhos.

Pouco a pouco, a flor se retira, sai do foco, mas a imagem permanecerá dentro de você. O objeto terá saído do foco; você terá retirado seu olhar. A imagem, a flor externa não existe mais, mas ela fica refletida - refletida no espelho da sua consciência. Ela estará presente! Então lentamente, retire sua visão dele; então lentamente, retire seu pensamento dele.

Assim, em primeiro lugar, retire-se do objeto exterior. Então, somente a imagem interior permanece, o pensamento da flor. Agora, retire esse pensamento também. Isso é muito difícil, a segunda parte; mas, se a primeira parte for feita exatamente como é dito, isso não será tão difícil. Primeiramente, retire sua visão do objeto. Então, feche seus olhos e, exatamente como você removeu sua visão do objeto, remova-se da imagem. Retire-se; torne-se indiferente. Não olhe para ela internamente, apenas sinta que você se afastou dela. Logo a imagem também desaparecerá.

Primeiro o objeto desaparece, então, a imagem desaparece. E quando a imagem desaparece, Shiva diz: Então. Então, você é deixado sozinho. Nessa solidão a pessoa percebe a si mesma, a pessoa chega ao centro, a pessoa é jogada para a fonte original.

Essa é uma meditação muito boa - você pode fazê-la. Tome qualquer objeto, mas deixe o objeto permanecer o mesmo todo dia, de forma que a mesma imagem seja criada dentro de você e que você remova-se da mesma imagem.

As imagens nos templos eram usadas para esta técnica. Agora, as imagens estão lá, mas a técnica foi perdida. Você vai a um templo — esta é a técnica a ser feita. Olhe para a estátua de Mahavira ou Buda ou Rama ou Krishna ou qualquer outra. Olhe para a estátua, concentre-se nela; foque toda a sua mente, de forma que a estátua se torne uma imagem interior. Então, feche seus olhos. Remova seus olhos da estátua, então, feche-os. E, então, remova a imagem, apague-a completamente.

Então, você está presente em sua solidão total, em sua total pureza, em sua total inocência. Percebendo que é liberdade, percebendo que é verdade.

Osho, em "O Livro dos Segredos"

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